domingo, 29 de maio de 2011

COLEÇÃO DE MEDALHAS ABOLICIONISTAS – BRASIL IMPÉRIO

COLEÇÃO DE MEDALHAS ABOLICIONISTAS – BRASIL IMPÉRIO



Rara coleção de quatorze medalhas e uma fotografia do abolicionista Joaquim Nabuco referentes à Abolição e as campanhas abolicionistas realizadas no Brasil durante o Império. 




1- MEDALHA DO VENTRE LIVRE 


Em 1871 o Visconde do Rio Branco (pai do Barão do Rio Branco) promulga a LEI DO VENTRE LIVRE a primeira lei abolicionista, medalha foi oferecida pela Maçonaria em homenagem ao Visconde.


- Visconde do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos * 1819 † 1880) foi Primeiro Ministro do Brasil, Ministro das Relações Exteriores, Ministro da Guerra, Ministro da Marinha, Ministro da Fazenda, Senador Vitalício, Ministro plenipotenciário no Paraguai, estadista, professor, político, jornalista, diplomata, conselheiro.


Anverso:
No centro entre símbolos maçônicos a efígie do visconde do Rio Branco, abaixo a esquerda a assinatura do gravador “Ernesto  F” e na orla a inscrição “O Gr  Or  do Brasil ao Val  do Lavradio – Ao Seu Gr  M  Viscondo do Rio Branco”.


Reverso:
No campo mães com seus filhos aclamando uma deusa (à frente de um índio) que mostra documento com a data “1871” representando a Lei do Ventre Livre, abaixo a direita a assinatura do gravador “Carneiro  F”


Artista: L. Heck.
Gravadores: Ernesto e Carneiro.
Em cobre.
Medida: 7 cm.


Consta nos catálogos:
- As Medalhas Referentes ao Império do Brazil – Julio Meili nº 49.
- Catálogo de Medalhas brasileiras – Viscondessa de Cavalcanti – nº 60.
- Catálogo SCHULMAN do leilão Coins, Medals and Decorations of  Brasil From Imperial Estate  -  págs.: 15 e 28.













2- MEDALHA DA ABOLIÇÃO DO TRÁFICO DE ESCRAVOS – 1807


Medalha inglesa de 1807 da Abolição do Trafico de Escravos, apresenta a inscrição “Somos todos Irmãos” (We Are All Brethren), em 1810 o príncipe regente D. João VI assina um tratado de aliança e comercio com o Reino Unido onde se obrigou a abolir gradativamente o trafico de escravos. A medalha apresenta inscrições em inglês e árabe para todos possam entender, o Brasil só aboliu o trafico em 1850 (lei nº 581 de 4 de setembro de 1850). 


Anverso:
No campo a frente de uma tribo um lorde inglês e um chefe tribal se cumprimentam, acima a inscrição “We Are All Brethren”, abaixo “Lave Trade Abolished by Great Britain 1807” e no exergo as iniciais do gravador “C.F.F.”.


Reverso:
No campo a inscrição em árabe (o comercio de escravos foi interditado em 1807 sob o governo do Rei Jorge III – Somos todos Irmãos) e no exergo “P. Fecet.”.
Em bronze.


Medida: 3,6 cm.


Consta nos catálogos:
- As Medalhas Referentes ao Império do Brazil – Julio Meili nº 47.
- As Medalhas Referentes ao Império do Brazil – Julio Meili II.
Catálogo de Medalhas brasileiras – Viscondessa de Cavalcanti – nº 58.










3- MEDALHA REDENÇÃO DO CEARÁ 



A medalha que comemora o fim da escravidão no Ceará em 25 de março de 1884.


O Ceará foi a primeira província do império que iniciou o movimento abolicionista, sendo a vila do Acarapé o primeiro município do ceará e do Brasil que deu liberdade aos seus escravos, a 1 de janeiro de 1883. A 24 de maio do mesmo ano festejou a capital da província a libertação total dos escravos do seu município. – A 19 de dezembro, do mesmo 1883, fundou-se na cidade da Fortaleza a sociedade Centro Abolicionista 25 De Dezembro, com fim de promover a manumissão dos escravos e por ocasião da sua instalação, a 4 de janeiro de 1884, foram libertados 54 escravos. Tendo preenchido sua missão foi esta sociedade dissolvida a 6 de agosto do mesmo ano.


Anverso:
No centro uma mulher representando a liberdade tendo em uma das mãos uma corrente partida e na outra uma tocha e na orla a inscrição “Redempção do Ceará 25 de Março de 1884”.


Reverso:
No centro a jangada do Dragão do Mar e a inscrição com o sol ao fundo e na orla a inscrição “Sociedade Abolicionista Cearense do Rio de Janeiro”.
- A Jangada representada na medalha lembra o episodio do Jangadeiro Nascimento* que, sendo seu ganha pão transportar passageiros para os vapores, sempre recusou transportar em sua jangada escravos destinados à venda.


* fonte Catalogo de Medalhas brasileiras – Viscondessa de Cavalcanti – pág. 40.
Medida: 3,1 cm.


Consta nos catálogos:
- As Medalhas Referentes Ao Império Do Brazil – Julio Meili nº 51. 
- Catálogo de Medalhas brasileiras – Viscondessa de Cavalcanti – nº 61.
- Catálogo Schulman do leilão Coins, Medals and Decorations of  Brasil From Imperial Estate  -  págs.: 17 e 32.



 Medalha de Prata
 Medalha de Bronze


*Francisco José do Nascimento (*1839 – Fortaleza † 1914), também conhecido como Dragão do Mar ou Chico da Matilde, abolicionista brasileiro, chefe jangadeiro e participante do Movimento Abolicionista Cearense.

Em 1884, o Ceará torna-se a primeira província brasileira a abolir a escravidão. O Movimento Abolicionista Cearense, surgido em 1879, contribui – embora não decisivamente – para essa abolição pioneira.

As ações repercutem no País e os abolicionistas, gente de elite, brava e culta, são ovacionados pela imprensa abolicionista nacional. Entre eles há, porém, uma pessoa humilde, de cor parda, trabalhador do mar: Chico da Matilde. Chefe dos jangadeiros, eles e seus colegas se engajaram à luta já em 1881, recusando-se a transportar para os navios negreiros, os escravos vendidos para o Sul do País.

Assim, Chico da Matilde é levado para corte com sua jangada, desfila pelas ruas, recebe chuvas de flores da multidão e ganha novo nome, mais pomposo e mítico: Dragão do Mar. De lá escreve à mulher: “seu velho está tonto com tanta festa e cumprimentos de tanta gente importante”.

Símbolo da resistência popular cearense contra a escravidão, foi homenageado merecidamente pelo governo do Ceará dando seu nome ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Pelo que ele e seus colegas ousaram fazer em nome da liberdade, em 1881, nas areias da Praia de Iracema

FONTE: Wikipédia  http://pt.wikipedia.org/wiki/Drag%C3%A3o_do_Mar


4- MEDALHA CAMPANHA ABOLICIONISTA NA BAHIA 1880 – 1888 

Medalha da “Campanha Abolicionista na Bahia”, com olhal.

Anverso: 
No centro do sol a data “13 de maio” e na borda a inscrição “Ave Libertas – Dec. Nº 3353”.
Reverso: 
No centro a jangada do Dragão do Mar e a inscrição “1880 – 1888 Campanha Abolicionista na Bahia”. 

Em metal prateado. 
Medida: 3,7 cm.
Consta no catálogo:
- Catálogo SCHULMAN do leilão Coins, Medals and Decorations of  Brasil From Imperial Estate  -  págs.: 18 e 33.



5- MEDALHA CAMPANHA ABOLICIONISTA DE 1880 A 1888 EM PERNAMBUCO


Medalha da “Campanha Abolicionista de 1880 a 1888 em Pernambuco”. 
Anverso: 
No centro a jangada do Dragão do Mar e na borda a inscrição “Libertas Quae Sera Tamen – Lei nº3353”. 
Reverso: 
A inscrição “Campanha Abolicionista de 1880 a 1888 em Pernambuco”. 
Medida: 3,6 cm.
Consta nos catálogos:
- As Medalhas Referentes Ao Império Do Brazil – Julio Meili nº 57.

 Medalha Prateada

 Medalha Dourada

6- MEDALHA CONFEDERAÇÃO ABOLICIONISTA A NADINA BULICIOFF

A Medalha Confederação Abolicionista a Nadina Bulicioff comemora o ato de filantropia praticado pela cantora russa Nadina Bulicioff, que concedeu a seis cartas de alforria compradas com o valor de uma jóia que pretendiam brindá-la,  a avultada quantia destinada à compra de uma jóia que pretendiam brindá-la, as cartas de liberdade foram entregues durante sua apresentação no 3º ato de AIDA.
*fonte: Catalogo de Medalhas brasileiras – Viscondessa de Cavalcanti – pág. 41.

Anverso:
No centro à frente do sol radiante e do Pão de Açúcar a cantora Nadina Bulicioff em uma das mãos uma corrente e na outra a carta de alforria e na orla a inscrição “Confederação Abolicionista”.

Reverso:
No campo a inscrição “A Nadina Bulicioff ∙ Em 10 de Agosto de 1886 – Rio de Janeiro”.

Em cobre.
Medidas: 3,3 x 2,1 cm.

Consta nos catálogos:
- As Medalhas Referentes Ao Império Do Brazil – Julio Meili nº 52.
- Catálogo de Medalhas brasileiras – Viscondessa de Cavalcanti – nº 62.
- Catálogo SCHULMAN do leilão Coins, Medals and Decorations of  Brasil From Imperial Estate  -  págs.: 18 e 32.





7- MEDALHA D. ISABEL PRINCESA IMPERIAL REGENTE DO BRASIL – LEI DE 13 DE MAIO DE 1888.

Medalha D. Isabel Princesa Imperial Regente do Brasil – Lei de 13 de Maio de 1888, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro mandou cunhar esta medalha para comemorar a sanção da Lei nº 3353 de 13 de maio de 1888 que declarou extinta a escravidão no Brasil. Foram cunhadas na Casa da Moeda do Rio de Janeiro e distribuídas a 13 de maio de 1889, aniversario da lei, 2 medalhas de ouro destinadas ao Imperador e á Princesa Imperial, 100 em prata e 500 em bronze.
* fonte: Catalogo de Medalhas brasileiras – Viscondessa de Cavalcanti – pág. 42. 

Anverso:
No centro a efígie da Princesa sobre a assinatura do gravador “Carneiro” e na orla a inscrição “D. Isabel Princesa Imperial Regente do Brazil”.

Reverso:
Acima uma estrela radiante sobre a inscrição coroada com louros “Lei de 13 de Maio de 1888” e na orla a “Instituto Histórico e Geographico Brazileiro”. 

Em bronze. 
Gravador: Carneiro. 
Medida: 4,7 cm. 

Consta nos catálogos: 
- As Medalhas Referentes Ao Império Do Brazil – Julio Meili nº 54.
- Catálogo de Medalhas brasileiras – Viscondessa de Cavalcanti – nº 63. 
- Catálogo SCHULMAN do leilão Coins, Medals and Decorations of Brasil From Imperial Estate - págs.: 18 e 32. 







8- MEDALHA DO PERNAMBUCO LEI Nº 3353 DE 13 DE MAIO DE 1888

Medalha “Lei Nº 3353 de 13 de Maio de 1888” mandada cunhar pelo Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco para comemorar a Lei 13 de Maio que declarou extinta a escravidão no Brasil.
O anverso da medalha apresenta três datas  -  1817, 1824, 1830 – As duas primeiras referem-se ás resoluções pernambucanas de 6 de março de 1817 e de 2 de julho de 1824. A terceira lembra a deliberação do conselho geral da Província de Pernambuco, de 15 de Abril de 1830, relativa á libertação dos escravos por meio de uma indenização razoável. 

Anverso:
Entre uma coroa de louros com três escudos com as datas “1817 – 1830 – 1824” uma estrela radiante sobre a inscrição “Pernambuco” e na orla a “Instituto Archeologico e Geographico de Pernambuco”.

Reverso:
No centro radiante o livro com a inscrição da Lei Áurea “Lei Nº 3353 de 13 de Maio de 1888 – É Considerada Extinta a Escravidão no Brazil desde a data desta Lei” e na orla a legenda “Sob a Regência da Princeza Imperial D. Isabel – 1888”.  
Em bronze.
Medida: 6,1 cm.

Consta nos catálogos:
- As Medalhas Referentes Ao Império Do Brazil – Julio Meili nº 55.
- Catálogo de Medalhas brasileiras – Viscondessa de Cavalcanti – nº 64.
- Catálogo SCHULMAN do leilão Coins, Medals and Decorations of  Brasil From Imperial Estate  -  págs.: 18 e 32






9- MEDALHA D. ISABEL A REDENTORA – SOCIEDADE ABOLICIONISTA DO CEARENSE DO RIO DE JANEIRO


Medalha D. Isabel A Redentora feita para comemorar a Lei Áurea pela Sociedade Abolicionista do Cearense do Rio de Janeiro em 1988.

Anverso:
No centro a inscrição “D. Isabel A Redemptora”, na orla acima “Redenção do Ceará e do Império do Brazil” e abaixo “13 de Maio de 1888 – 25 de Março de 1884”.

Reverso:
No centro a jangada do Dragão do Mar e a inscrição com o sol ao fundo e na orla a inscrição “Sociedade Abolicionista Cearense do Rio de Janeiro”.

Medida: 3,1 cm.

Consta no catálogo:
- As Medalhas Referentes Ao Império Do Brazil – Julio Meili II.

 Medalha de Prata


Medalha de Bronze

10- MEDALHA DO 1º ANIVERSÁRIO DA ABOLIÇÃO -1889

Medalha que comemora o primeiro aniversário da Lei Áurea.

Anverso:
Apresenta a inscrição “Anniversario da Abolição da Escravidão - Brazil 13 de Maio de 1889  -  13 de Maio de 1889”.

Reverso:
Apresenta a inscrição “13 de Maio de 1888 – Abolição ∙Igualdade ∙ Liberdade ∙ Fraternidade”.

Em metal dourado.
Medida:  2,7 cm.


11- MEDALHA ÁGUA EM SEIS DIAS 1889 – TRABALHO LIVRE

Medalha Água em Seis Dias 1889 – “Trabalho Livre”, comemora a importante obra com trabalho livre (não escravo) de Paulo de Frontin que conseguiu abastecer a cidade do Rio de Janeiro com águas das cachoeiras da Serra Velha e do rio São Pedro.

Anverso:
No centro a inscrição “Confiança na Sciencia e no Trabalho Nacional” e na orla “Contrato com o Governo Imperial – 16 de Março 1889”.

Reverso:
No centro a inscrição “Água em Seis dias – Março ∙ 1889 – Diário de Noticias Rio de Janeiro” e na orla “Sampaio ∙ Frontin ∙ Paranagua – TRABALHO LIVRE”.

Em bronze.
Medida: 4,1 cm.

Consta nos catálogos:
- As Medalhas Referentes Ao Império Do Brazil – Julio Meili II.
- Catálogo de Medalhas brasileiras – Viscondessa de Cavalcanti – nº 162.





12- FOTOGRAFIA DE JOAQUIM NABUCO

Fotografia original do abolicionista Joaquim Nabuco com farda de embaixador.

- Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (* 1849 † 1910) foi o fundador da Sociedade Antiescravidão Brasileira e um dos responsáveis pela abolição da escravidão, historiador, jurista, jornalista, político, diplomata e um dos fundadores da Academia Brasileira de letras.
Fotografia do premiado estúdio fotográfico Lafayette de Paris.

Medidas: 20,2 x 15 cm.